Iremos publicar neste blog pequenas entrevistas sobre o projecto do Santa Maria Manuela, essas entrevistas são feitas a pessoas ligadas ao mar, aos navios e à cultura marítima portuguesa.
Hoje o nosso “convidado” é o Capitão Vitorino Ramalheira, foi capitão nas campanhas de 1966, 1967 e 1969.A campanha de 1966 foi a última viagem do Santa Maria Manuela com a configuração de lugre com 4 mastros.
Qual a importância que atribui à recuperação do SMM?
“Sem dúvida, a notícia da recuperação do SMM, além de nos ter dado grande alegria, passou a constituir um último (?) marco importante da Faina Maior: a) dar vida a um veleiro, condenado à sucata, triste destino dos navios envelhecidos; b) passar a marinha nacional a dispor de mais uma bela unidade, numa notável recuperação, sabiamente dirigida, que torna um sonho ilhavense numa realidade histórica; c) ser o pólo vivo da Faina Maior, completando a oferta do Museu Marítimo de Ílhavo, permitindo que gerações de ilhavenses, possam desfrutar e possuir um dos mais belos navios da nossa frota que, sulcando de novos os mares, nos encherá de orgulho e satisfação; d) por último, tendo sido um dos seus capitães, não deixarei de sentir um grande júbilo, pela coragem e tenacidade de quem sonhou, empreendeu e dará vida a tão gracioso e notável navio, na sua traça original.”
Quais são as suas expectativas futuras?
“Auguro para este renovado “Santa Maria Manuela”, um futuro risonho como barco de lazer ou de aprendizagem náutica, para jovens portugueses (ou de outras nacionalidades, porventura) que nele possam embarcar, quer em viagens de turismo ou como navio-escola, quer ainda como extensão do Museu Marítimo de Ílhavo, durante as estadas no porto.Não tenho dúvidas de que elevará bem alto o nome da nossa cidade e das suas gentes e nos trará grandes benefícios.”
Capitão Vitorino Ramalheira, ex-capitão do Santa Maria Manuela